Fatores de Risco que Demandam Cuidados Neonatais
Postado em: 25/03/2025
O nascimento é um momento de grandes mudanças para o bebê, que precisa se adaptar à vida fora do útero. Alguns recém-nascidos enfrentam desafios logo nos primeiros dias, necessitando de Cuidados Neonatais especializados para garantir sua saúde e desenvolvimento.

Diversos fatores de risco podem exigir uma atenção especial desde o parto.
Identificar essas condições precocemente permite intervenções adequadas e melhora o prognóstico do bebê, reduzindo complicações futuras.
Continue sua leitura para conhecer alguns desses fatores!
O que são fatores de risco neonatais?
Os fatores de risco neonatais são condições que aumentam a probabilidade de um recém-nascido precisar de cuidados médicos especiais logo após o nascimento.
Esses fatores podem estar relacionados à gravidez, ao parto ou à saúde do próprio bebê.
Nem todos os bebês que apresentam fatores de risco desenvolvem complicações, mas é fundamental que sejam monitorados de perto por uma equipe especializada para garantir uma transição segura para a vida extrauterina.
Fatores de risco comuns que exigem cuidados neonatais
Algumas condições aumentam a necessidade de internação em unidades de “Cuidados Neonatais“. Confira alguns dos fatores comuns que podem exigir atenção especial.
Prematuridade
A prematuridade é uma das principais causas de complicações neonatais e ocorre quando o bebê nasce antes de 37 semanas de gestação.
Quanto mais prematuro, maior a necessidade de suporte médico.
Riscos associados à prematuridade podem incluir:
- Dificuldade para respirar devido à imaturidade pulmonar;
- Dificuldade em regular a temperatura corporal;
- Maior risco de infecções devido ao sistema imunológico imaturo.
Baixo peso ao nascer
Bebês — prematuros ou não — com peso inferior a 2,5 kg podem precisar de monitoramento especial, pois têm maior risco de problemas respiratórios, metabólicos e dificuldade na alimentação.
As principais causas do baixo peso incluem:
- Restrição do crescimento intrauterino (RCIU);
- Gestação gemelar;
- Condições maternas como hipertensão e diabetes.
Complicações respiratórias
Alguns bebês apresentam dificuldades respiratórias logo após o nascimento, exigindo suporte para garantir a oxigenação adequada.
Os principais problemas respiratórios neonatais incluem:
- Síndrome do desconforto respiratório (SDR): comum em prematuros devido à falta de surfactante nos pulmões;
- Taquipneia transitória do recém-nascido: ocorre quando há retenção de líquido nos pulmões, mais comum em partos cesáreos;
- Aspiração de mecônio: acontece quando o bebê inala mecônio antes ou durante o parto, podendo causar infecção pulmonar.
Infecções neonatais
O sistema imunológico do recém-nascido ainda está em desenvolvimento, tornando-o mais vulnerável a infecções.
Algumas podem ser transmitidas durante a gestação, parto ou adquiridas nos primeiros dias de vida.
Algumas infecções comuns que exigem cuidados neonatais incluem:
- Sepse neonatal, infecção grave que pode afetar vários órgãos;
- Meningite bacteriana, que pode comprometer o desenvolvimento neurológico;
- Pneumonia neonatal, causada por bactérias ou vírus durante o parto.
Icterícia neonatal grave
A icterícia neonatal é comum e ocorre devido ao acúmulo de bilirrubina no sangue, causando coloração amarelada na pele.
Na maioria dos casos, ela não apresenta riscos, mas níveis elevados podem afetar o sistema nervoso.
Fatores que aumentam o risco de icterícia grave incluem:
- Incompatibilidade sanguínea entre mãe e bebê (Rh ou ABO);
- Prematuridade;
- Dificuldades na amamentação.
Quando o bebê precisa de internação na UTI neonatal?
Nem todos os bebês com fatores de risco precisam de internação, mas em alguns casos, a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI neonatal) é essencial para oferecer suporte respiratório, nutricional e monitoramento contínuo.
São exemplos de sinais que podem indicar necessidade de internação:
- Dificuldade para respirar;
- Apneia ou episódios de falta de oxigenação;
- Dificuldades para sugar e se alimentar corretamente.
A importância do acompanhamento neonatal
Mesmo após a alta hospitalar, bebês que passaram por complicações devem ser acompanhados por pediatras e especialistas para garantir um desenvolvimento saudável.
O acompanhamento inclui:
- Monitoramento do crescimento e ganho de peso;
- Avaliação do desenvolvimento motor e cognitivo;
- Exames para detectar possíveis sequelas de complicações neonatais.
O conhecimento sobre fatores de risco que pedem cuidados neonatais especiais permite que pais e profissionais de saúde atuem preventivamente, garantindo a melhor assistência ao recém-nascido e favorecendo seu desenvolvimento nos primeiros meses de vida.
Se você está esperando um bebê e quer conversar com uma pediatra sobre dicas e recomendações, não deixe de agendar uma consulta! Será um prazer te ajudar nesse momento.
Pediatra e Neonatologista
CRM: 150.905 e RQE: 97868-1
Médica pela UNESP Botucatu. Pediatra e Neonatologista pelo Hospital das Clínicas da USP, membro do corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, Rede D’Or e Grupo Santa Joana, onde acompanha recém-nascidos na maternidade e UTI Neonatal.
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