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Como a pediatria ajuda na detecção de problemas de crescimento

Postado em: 08/04/2025

O Crescimento Infantil é um dos principais indicadores de saúde e bem-estar. Quando uma criança não cresce como o esperado para a idade, esse pode ser um sinal de que algo precisa ser investigado com mais atenção.

Como a Pediatria Ajuda na Detecção de Problemas de Crescimento
Como a pediatria ajuda na detecção de problemas de crescimento 2

Fatores como genética, alterações hormonais, deficiências nutricionais e doenças como o hipotireoidismo podem interferir diretamente no desenvolvimento físico.

É por isso que as consultas pediátricas regulares são essenciais — elas permitem acompanhar cada fase do crescimento e identificar qualquer alteração precocemente.

Durante as consultas, avalio peso, estatura e outros marcadores importantes. Quando percebo desvios nas curvas de crescimento, realizo uma investigação detalhada, que pode incluir exames complementares, para identificar a causa e definir o plano de tratamento.

Se você percebeu que seu filho está crescendo menos do que outras crianças da mesma faixa etária, não hesite em buscar orientação.

Continue a leitura para entender as possíveis causas e como o acompanhamento adequado pode garantir um crescimento saudável e equilibrado.

Sintomas do atraso no crescimento

Se seu filho é bem menor do que outras crianças da mesma idade ou apresenta um crescimento mais lento ao longo do tempo, vale observar com mais atenção.

Em alguns casos, mesmo estando dentro da faixa considerada normal, o padrão de crescimento pode indicar que algo não vai bem. Além da estatura abaixo do esperado, outros sinais podem indicar causas subjacentes que precisam ser avaliadas:

  • Desproporção corporal: em algumas condições, como certos tipos de nanismo, os membros podem ser desproporcionais ao tronco.
  • Sinais de hipotireoidismo: cansaço, intestino preso, pele e cabelos ressecados e sensibilidade ao frio podem ser sintomas de disfunção da tireoide.
  • Aparência infantil prolongada: crianças com deficiência do hormônio do crescimento (GH) podem manter traços faciais infantis por mais tempo.
  • Alterações gastrointestinais: se há doenças do trato digestivo, podem surgir diarreia crônica, constipação, vômitos frequentes ou sangue nas fezes.

Esses sinais são importantes e, quando percebidos, merecem uma avaliação pediátrica detalhada.

Principais causas do atraso no crescimento

Fatores genéticos

Se os pais ou familiares próximos têm estatura mais baixa, é possível que a criança siga esse padrão, sem que isso represente um problema de saúde. Ainda assim, acompanho de perto para garantir que o crescimento esteja dentro do esperado para o perfil familiar.

Atraso no crescimento constitucional

Crianças com essa condição são mais baixas que a média, mas crescem em um ritmo normal. Sua “idade óssea” é inferior à cronológica, ou seja, seus ossos amadurecem mais lentamente.

Essas crianças costumam ter puberdade tardia e, embora sejam menores na adolescência, tendem a atingir uma altura normal na vida adulta.

Deficiência do hormônio do crescimento (GH)

Esse hormônio é essencial para o crescimento dos ossos e tecidos. Quando há deficiência parcial ou total, a criança cresce em ritmo abaixo do esperado. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível estimular o crescimento e alcançar bons resultados.

Hipotireoidismo infantil

A tireoide é responsável por diversas funções do organismo, incluindo o crescimento. Crianças com hipotireoidismo congênito ou adquirido podem apresentar atraso no desenvolvimento, ganho de peso excessivo, lentidão, fadiga e dificuldade de aprendizagem.

O tratamento com reposição hormonal costuma ser eficaz.

Síndrome de Turner

Essa é uma condição genética que afeta meninas que nasceram com um cromossomo X ausente ou alterado. Elas produzem o hormônio do crescimento normalmente, mas o organismo tem dificuldade de utilizá-lo, o que impacta diretamente a estatura.

O diagnóstico é confirmado por exame genético, e o tratamento pode envolver reposição hormonal e acompanhamento multidisciplinar.

Outras fatores menos comuns

Algumas situações mais específicas também podem estar relacionadas ao atraso de crescimento, como:

  • Síndrome de Down: além das características genéticas, alterações hormonais e ortopédicas podem interferir na estatura.
  • Displasias esqueléticas: condições que afetam a formação e crescimento dos ossos.
  • Anemias crônicas: como a anemia falciforme, que prejudica a oxigenação dos tecidos e pode impactar o desenvolvimento físico.
  • Doenças crônicas: condições cardíacas, renais, digestivas ou pulmonares prolongadas podem interferir no crescimento.
  • Má nutrição: a alimentação inadequada é uma das causas mais frequentes de atraso no crescimento em todo o mundo. Saiba mais sobre nutrição infantil

Como o pediatra realiza o diagnóstico do atraso no crescimento

Para investigar o atraso no crescimento, inicio a avaliação com o histórico gestacional, peso e comprimento ao nascer, além da estatura dos pais e familiares. O acompanhamento contínuo da curva de crescimento ao longo dos meses é crucial para detectar qualquer desvio.

Se houver sinais de atraso, solicito exames como radiografia de mão e punho (para avaliar a idade óssea) e exames de sangue, que ajudam a identificar alterações hormonais ou outras doenças subjacentes.

Em alguns casos, a investigação inclui avaliação da produção do hormônio do crescimento durante o sono. Também verifico se o atraso está relacionado a síndromes já diagnosticadas, como a síndrome de Down ou a síndrome de Turner.

Tratamento para atraso no crescimento

O tratamento varia conforme a causa identificada. Em casos de baixa estatura familiar ou atraso constitucional, geralmente não é necessário intervir — a criança cresce mais devagar, mas alcança altura compatível com sua genética.

Quando há causas clínicas, o acompanhamento pediátrico é essencial. Em casos de deficiência do hormônio do crescimento (GH), indico injeções diárias aplicadas em casa, com acompanhamento para ajustes na dose.

Se o atraso for provocado por hipotireoidismo, inicio a reposição hormonal com medicações e exames regulares. Já meninas com síndrome de Turner podem se beneficiar do GH para alcançar melhor estatura.

Outras condições, como doenças crônicas ou síndromes genéticas, exigem tratamento personalizado.

Se você tem dúvidas sobre o crescimento do seu filho, não hesite em agendar uma consulta comigo. Juntos, vamos avaliar com atenção e garantir que seu pequeno tenha um desenvolvimento saudável e pleno. 

Dra. Renata Padilla
Pediatra e Neonatologista
CRM-SP: 150.904 e RQE: 97868-1

Médica pela UNESP Botucatu. Pediatra e Neonatologista pelo Hospital das Clínicas da USP, membro do corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, Rede D’Or e Grupo Santa Joana, onde acompanha recém-nascidos na maternidade e UTI Neonatal.

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